De acordo com os dados do IPSA (Índice de Preços do Seguro Automóvel), levantamento feito pela TEx, empresa especializada em soluções online para o mercado segurador, o valor médio do seguro auto registrou alta de 6,7% em fevereiro passado, no terceiro aumento mensal consecutivo. Com isso, o índice totaliza alta de 17,5% no acumulado dos últimos 12 meses.
Segundo Emir Zanatto, CEO da TEx, diversos fatores podem ter contribuído para o aumento nos preços do seguro de automóveis no período. “Ainda sentimos os efeitos da pandemia; vimos no mês passado montadoras diminuindo a produção justamente pela falta de peças na cadeia de suprimentos do setor, levando o encarecimento de veículos seminovos e usados”, declarou o executivo.
Além disso, também é importante mencionar o aumento nos índices de roubo e furto em algumas regiões, como no Estado de São Paulo, onde houve crescimento de 18,4% em 2022 na comparação com o ano anterior.
“A dificuldade sentida pela indústria na aquisição de peças também impacta o seguro, uma vez que potencializa o comércio de peças paralelas o que leva ao aumento de roubo e furto de veículos. Esse aumento na incidência dos crimes é outro fator que contribui para o reajuste dos preços por parte das seguradoras”, explicou o dirigente.
Analisando a série histórica, no primeiro semestre de 2021 o IPSA teve uma sequência de reduções, passando depois por um período de alta e terminando o ano no mesmo patamar do início.
Já em 2022 o índice apresentou elevação até meados do ano e depois algumas leves reduções, fechando com uma retomada da alta. “O ano atual começou em um patamar muito mais caro do que os anteriores e segue assim até o momento”, disse Emir Zanatto.
Dados regionais
A região onde o segurado reside é um fator muito importante na precificação do seguro, pois interfere diretamente nas taxas de roubo e furto. “Ao analisar por região, podemos observar que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro pagou 7,5% (do valor do seguro do carro), 66,6% a mais em comparação à Região Metropolitana de Belém, que teve o valor do seguro do carro na casa dos 4,5%”, analisou o executivo.
Especificamente na cidade de São Paulo, o IPSA mostra que o seguro na zona leste é 75% superior à região central. Já em Belo Horizonte o índice apresentou uma amplitude menor: a zona norte da capital mineira, região com maior índice da cidade, pagou 64,3% a mais do que o Centro, região com o menor índice. Na capital fluminense, a zona norte apresentou o maior índice (8,6%) enquanto a zona sul do Rio de Janeiro obteve o menor valor (4,7%).
Carros mais cotados
Em relação ao ranking dos carros mais cotados pela Teleport, ferramenta mais usada pelas corretoras de seguros no País, o Chevrolet Onix segue na liderança com 7,3% do volume total, seguido pelo Hyundai HB20 com 5,1% e o Hyundai Creta com 3,1%. Vale lembrar que a lista dos 10 dos carros mais cotados representa 35,1% do total de automóveis cotados no mês de janeiro.
Em relação a análise do IPSA de veículos híbrido, elétrico e a combustão com até dois anos de idade, um número chama a atenção, segundo o executivo. Os automóveis elétricos/híbridos possuem o IPSA em média 30% inferior aos veículos à gasolina.
“Isso provavelmente ocorre porque ainda não existe um mercado paralelo para as peças de carros elétricos, então o roubo/furto desses veículos é menor. O roubo/furto pode representar mais de 50% do preço do seguro em algumas regiões”, afirmou Zanatto.
Outro ponto destacado pelo executivo é justamente a variação do índice de veículos a diesel, que se manteve no topo com 5,3%. Já o índice de elétricos superou o de híbridos, tendo crescido 26,5% no último mês. “Historicamente, os índices de propulsões alternativas são menores que os de veículos à combustão. Isso ocorre em grande parte por conta da manutenção mais simples e dos riscos menores de roubo e furto dos veículos híbridos e elétricos”, completou.
Fonte: Terra