Vergílio defende diálogo amplo no mercado

O presidente da Fenacor, Armando Vergilio, participou de encontro do mercado de seguros de São Paulo com o superintendente da Susep, Alexandre Camillo, e a nova diretoria da autarquia, nesta segunda-feira, 18 de abril. Na ocasião, ele salientou que a nova gestão da Susep deve “olhar para a frente” para que o mercado possa cumprir sua missão de proteger as famílias brasileiras. “Desejo uma gestão profícua, que Fenacor e o ecossistema CNseg continuem dialogando por ações que visem o desenvolvimento de nosso mercado”, comentou.

Vergilio aproveitou para enfatizar a relevância da campanha “Educação, um caminho seguro”, organizada pela Fenacor e coordenada pela Família em Ação. “Se por um lado temos tantas perdas lamentáveis, o comportamento do mercado e do Corretor de Seguros faz toda a diferença para centenas de milhares de pessoas em todo o País. Queremos fazer com que o governo também passe a nos perceber”, destacou.

O evento foi organizado pelo Sindseg SP e o Sincor SP e contou com a presença de vários líderes do mercado, incluindo Vergilio e o novo presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.

“É uma honra retomar os eventos presenciais em uma noite tão importante como essa. São dois anos de pandemia e este momento é especial, pois são nessas crises que percebemos o quanto a união de todos em prol do mercado é importante. Para mim é uma satisfação muito grande representar uma entidade tão representativa em um Estado como o de São Paulo. Satisfação muito grande contribuir com o mercado de seguros, estar ao lado de pessoas incríveis como os colegas da nossa diretoria. Procuramos trabalhar exaustivamente na união do mercado em momentos delicados – com muitos cancelamentos de eventos – e a turma muito dedicada, conversando com as entidades”, afirmou o presidente do Sindseg SP, Rivaldo Leite.

Já o presidente do Sincor SP, Boris Ber, lembrou de todas as projeções e feitos até o presente momento – onde o ex-presidente do sindicato paulistano, Alexandre Camillo, tornou-se superintendente da Susep. “É motivo de muito orgulho. Nada poderia ter sido melhor para o mercado que o Camillo chegar ao comando da Superintendência de Seguros Privados. Só posso desejar sucesso. Tua competência, todos conhecem. Tua insistência, tua dedicação, eu conheço. É um orgulho muito grande. Que você possa trazer ao mercado um recomeço, uma retomada, neste momento tão difícil e promissor ao mesmo tempo”, declarou.

Oliveira, que será empossado oficialmente como presidente da CNseg no final deste mês, disse que a “expectativa é de que a nova gestão da Susep cure feridas, traga alívio e aponte a visão para futuro. Essa grande expectativa traz também grande responsabilidade. Deves estar sentindo isso, Camillo, assim como eu – prestes a assumir a CNseg. Tenho muita sorte em chegar neste momento, onde as pessoas estão empenhadas no desempenho e desenvolvimento do setor. Desejo grande sucesso a todos que estão neste mercado”, observou, colocando a CNseg à disposição das entidades do setor.

Homenageado com uma placa concedida por parte das entidades presentes, o superintendente Alexandre Camillo destacou os desafios do contexto atual – seja pela questão econômica, sanitária ou até mesmo de entendimento. “Desafios que nos fortaleceram – inclusive – espiritualmente e emocionalmente. Tenho certeza que todos compactuam com a alegria de nos reencontrarmos e estarmos juntos. Minha maior alegria é pelo fato de estar aqui e agradecer a Deus todo dia por isso”, celebrou o comandante da Susep.

“Busquei ser superintendente para colaborar com todos – que podem acompanhar as reuniões do Conselho Diretor da autarquia através do YouTube. Tamanha é a expectativa, conforme mencionou o ministro Diogo. Se não fosse a competência de apenas 300 servidores para dar conta disso tudo, não entregaríamos um terço disso que se espera. Nossas ações se consolidam em nossas atitudes. Quis trazer a diretoria, por ter certeza que essa imagem é a constatação da ação em consonância com o diálogo. Todos nós estamos à disposição de vocês”, explicitou Alexandre Camillo ao apresentar o fluxograma e atual organização da autarquia.

Alguns dados, como o crescimento de 21,3% registrado pelo mercado de seguros em fevereiro – na comparação com o mesmo período do ano passado, deram gás à apresentação de Camillo. “O acumulado do primeiro bimestre foi de R$ 52,78 bilhões, que se traduz em crescimento de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Não podemos perder o foco do tanto que podemos fazer melhor. Temos muito a fazer”, citou o superintendente ao demonstrar que o setor segurador acumulou R$ 306,31 bi em receitas, 11,8% a mais do que o arrecadado em 2020.

Na visão de Alexandre Camillo, a população mudou seu olhar para o produto seguros. “Não existe instrumento de proteção melhor do que este abençoado produto que é o seguro. Isso se traduz já nos números de 2022, dado crescimento ímpar nas linhas de Automóvel, Vida, Rural, Transporte e Responsabilidade Civil”, comentou. Durante a apresentação, o superintendente destacou a existência de 115.920 corretores de seguros (65.417 PF / 50.503 PJ). “Em São Paulo, especialmente temos 49.467 corretores (28.032 PF/ 21.435 PJ)”, acrescentou.

O superintendente da Susep listou as seguintes realizações, durante os primeiros cinco meses da nova gestão da autarquia:

  • Mudança na Circular Susep 642/2021 – (dilação de prazo para adaptação dos produtos e cobertura provisória) – DIR2;
  • Seguro Garantia (Circular 662 – abril/2022) – DIR1;
  • Open Insurance – alinhamento de prazos – DIR3;
  • Formação do novo Conselho Diretor;
  • Revisão do Planejamento Estratégico Institucional;
  • Revisão do layout organizacional;
  • Início do Programa de Gestão;
  • Novo endereço da Regional de São Paulo – na Paulista, junto ao prédio do BC.

“Conto com esse time de pessoas comprometidas com nossos propósitos. Os primeiros meses foram de aprendizado e imersão na complexidade da Susep, na fotografia da situação. Qual foi a Susep que eu encontrei? Nem convém discorrer novamente. Tivemos oportunidade de, dentro dessa nossa proposta de condução, observar o que está feito, consolidado – como a Lei da Liberdade Econômica, o revisaço, a mudança de postura dentro da autarquia – onde você troca lastreado pelo conceito prescritivo ou principiológico. Nada pode ser exagerado, nem para um lado, nem para o outro”, demonstrou Camillo ao também destacar a participação nos seguintes momentos do setor:

  • Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros;
  • Almoço com o mercado segurador gaúcho (Sincor RS e Sindseg RS);
  • Fórum Nacional de Seguros – Evento Internacional em Buenos Aires;
  • Almoço no Clube de Vida em Grupo – Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro (CVG-RJ);
  • Debate com o mercado (Sincor SP e Sindseg SP);
  • International Insurance Forum – NAIC (Washington) – em maio.

O superintendente da autarquia ainda projeta os passos para o futuro, com o enfoque nas seguintes questões:

  • Resseguro (Plano de Regulação 2022) – DIR1;
  • Interoperabilidade Open Banking e Open Insurance – avanços e aprovação no Conselho Diretor de proposta de resolução conjunta com CMN – DIR3;
  • Securitização – estrutura dedicada para os avanços no âmbito da MP 1103 – DIR4;
  • Sustentabilidade no Setor – concluída etapa de Consulta Pública – DIR3;
  • DPVAT – Grupo de Trabalho aprovado no CNSP – DIR4.

Ao abordar o Prêmio Susep de Pesquisa em Seguros, o superintendente da Susep também lembrou que a autarquia passou a integrar o Programa de Gestão – em vigor no atual governo. “Um servidor da Susep desenvolveu o programa de gestão, a troca do ponto pelo resultado – algo excelente para o serviço público – esse servidor foi reconhecido e premiado pelo ministério da Economia – algo adotado por diversas instâncias do governo”.

Alexandre Camillo enfatizou ainda que tem como missão deixar seu legado e contribuição para a indústria de seguros. “A autarquia tem orientações de governo e orientação de que precisa ser resolvido. Pretendemos traçar um plano de ação alinhado ao governo, levando o governo ao pleno entendimento – que se traduzam em resoluções, atos oficiais da Susep, de uma maneira tão assertiva que talvez haja constrangimento em se revisar alguns temas, buscar outras orientações, mercê algum interesse ou não entendimento como nosso setor trabalha, prospera e faz as ofertas à sociedade”, citou ao analisar a prorrogação dos prazos do Open Insurance. “As pessoas por vezes confundem o ‘de encontro’ e ‘ao encontro’. De encontro é choque, ao encontro é soma. Não preciso achar que sou o mais capaz e mais inteligente, destratando os outros. Essa é a maior contribuição que posso dar aos novos processos, como Sandbox, Insurtechs…”, complementou.

Durante o evento, o superintendente da Susep ainda destacou os diretores que lideram o atual organograma da autarquia.

Marcelo Augusto Camacho Rocha é o Diretor 1 da Susep. É responsável pela regulação e supervisão de grandes riscos e resseguros, pela autorização e credenciamento de supervisionadas, pelo cadastramento de corretores; pelos processos administrativos sancionadores e processos de regimes especiais. “Temos uma agenda cheia a cumprir, muito em função do revisaço – normas infralegais que precisamos repassar ao longo deste ano. Temos equipe muito competente, servidores preparados e queremos cumprir essa agenda da melhor forma possível”, contou.

Já Augusto Coelho Cardoso é o Diretor 2 da Susep. O profissional é responsável pela regulação e supervisão de seguros massificados de danos, seguro de pessoas, previdência complementar aberta e capitalização, além de orientação ao consumidor e promoção de educação financeira. “Há uma grande missão à frente da pasta. Uma marca que queremos empreender nessa gestão da Susep é o diálogo – para construir um ambiente regulatório favorável para fomentar mais negócios”, projetou.

José Camilo de Oliveira Nagano é o Diretor 3 da Susep. Responsável pelas normas prudenciais, Sistema de Registro de Operações (SRO), Open Insurance, Supervisão de Governança, Estrutura de Gestão de Riscos, Controles Internos e Prevenção à Lavagem de Dinheiro. “A Diretoria 3 é um desafio. O maior desafio é retornar ao diálogo, nossa conversa, entendimento, fomentação do seguro, propor crescimento e apoiar esse crescimento. Isso é fundamental para todo setor”, explicou.

Carlos Queiroz deve ser nomeado nos próximos dias no Diário Oficial da União (DOU) ao posto da Diretoria 4 – responsável pela área prudencial, supervisão, monitoramento e fiscalização das operações e do funcionamento das supervisionadas, além da regulação em temas específicos. “Sou servidor de carreira da Susep há 12 anos. Hoje temos a previsão de 800 cargos – algo que foi legado que o presidente Armando deixou para a autarquia. A área prudencial tem uma visão mais diferenciada para supervisionadas que exigem um pouco mais de atenção. O superintendente Camillo pediu uma proposta de diálogo, transparência e atuação preventiva – algo que será fundamental e essencial para o desenvolvimento do mercado”, finalizou.

Fonte: Fenacor