Quando vale a pena ter um seguro de vida?

O seguro de vida no Brasil está muito relacionado a algo compulsório, quando a pessoa não tem escolha sobre a proteção. Quando você é contratado com carteira assinada, no regime CLT, por exemplo, a empresa que te contratou faz automaticamente um seguro de vida em seu nome, prevendo uma indenização a você ou à sua família caso aconteça morte ou invalidez durante a vigência do seu contrato com a companhia.

Ainda são poucas as pessoas que por conta própria procuram um corretor de seguros para contratar uma apólice de seguro de vida por conta própria, mas não deveria ser assim. Especialistas consultados pelo InfoMoney disseram que o produto deve fazer parte do planejamento financeiro pessoal — e engana-se quem acha que o produto é coisa de rico ou se refere apenas à morte.

“Seguro de vida vai além da morte. Ele cobre diversas outras situações, por exemplo doenças graves. O simples diagnóstico de doença grave já prevê indenização. (…) Outro tipo de cobertura que é bastante procurada é de diárias por internação hospitalar, ou incapacidade temporária. Por exemplo, um cirurgião que quebre o braço vai ficar meses sem exercer sua atividade, o seguro vai indenizá-lo por isso”, disse Bruno Kelly, professor da ENS (Escola de Negócios e Seguros).

Outra vantagem do seguro de vida é que ele não é herança, portanto não entra em inventário em caso de morte do segurado. Neste caso, a indenização é garantida aos beneficiários da apólice — inclusive pode ser usada para pagar os custos do inventário, que geralmente são altos quando há bens. Além disso, o seguro de vida é isento de dívidas e penhoras, ou seja, a indenização não pode ser confiscada para pagar eventuais dívidas que o segurado contraiu antes de morrer.

É caro ter um seguro de vida?

O preço médio de um seguro de automóvel gira em torno de R$ 2 mil por ano. A maioria dos brasileiros não cogitaria deixar seu carro desprotegido. Mas o que pouca gente sabe é que por um valor muito menor que isso, às vezes menos de 10% do valor da proteção de um carro, é possível proteger a sua família com um seguro de vida.

Em consulta às principais seguradoras do país, o InfoMoney constatou que há opções que custam menos de R$ 1 mil por ano, ou menos de R$ 100 por mês, por apólices básicas de seguro de vida. Os orçamentos consideram o perfil de um homem de 30 anos, não obeso e sem doenças preexistentes, casado e não fumante.

Uma cobertura básica inclui, no mínimo, indenização por morte natural, por morte acidental e por invalidez permanente por acidente. Algumas coberturas básicas das seguradoras pesquisadas já incluem coberturas adicionais no preço. Aumentando a indenização para R$ 100 mil, há opções por menos de R$ 300 por mês para o mesmo perfil.

Quanto mais jovem e saudável você é, mais barato é o seguro de vida. Ao contratar uma apólice, é preciso fornecer informações verdadeiras sobre o seu estilo de vida e estado de saúde. Para calcular o preço, a seguradora considera a probabilidade do consumidor morrer durante o período de vigência do produto, normalmente de um ano.O seguro de vida é mais caro para mulheres, por causa da expectativa de vida maior. É preciso considerar também que o preço do seu seguro de vida será reajustado a cada ano, pela sua idade e por um índice de correção monetária que acompanha a inflação, determinado no contrato.

“Os tickets de contratação de seguro cabem em todos os tipos de bolso, das pessoas mais simples até as pessoas com condição financeira mais privilegiada. Obviamente que quanto melhor a condição financeira do segurado, maior será a necessidade de cobertura dele, e maior também será o custo da proteção”, explicou Kelly, da ENS.

Como saber o valor da indenização e quais cuidados tomar?

Não existe uma fórmula mágica para fazer a conta do tamanho da indenização que você deve contratar. Comece calculando todos os gastos que você tem na vida. Quanto custa por mês para manter todas as pessoas que dependem de você financeiramente?

A partir disso, estime por quanto tempo sua família precisaria desse dinheiro para se manter sem você, até se reestruturar. Você pode escolher, por exemplo, que quer ter uma indenização que pague a educação dos seus filhos até o fim da faculdade.

Se não tem tanto dinheiro assim para bancar um seguro com uma indenização tão alta, invista em um produto que pague, pelo menos, um ano de despesas. E é importante incluir na conta sua renda investida em aplicações financeiras, se tiver, e suas dívidas que ficarão para a sua família pagar.

O corretor de seguros ajuda a fazer o cálculo. Também é imprescindível fazer uma revisão de tempos em tempos para entender se a cobertura contratada continua adequada para a sua necessidade.

O tamanho da indenização que você precisa pode aumentar ou diminuir com o tempo, conforme o que acontecer na sua vida. Quando os seus filhos se tornarem independentes financeiramente, por exemplo, você poderá pagar um seguro mais barato, com uma indenização menor.

Ao contratar o seguro, você tem que saber exatamente que pacote de coberturas está contratando, pois eles podem ser muito diferentes um do outro. O corretor apresentará a você produtos de diferentes seguradoras. Essa pesquisa de mercado é essencial para comparar preços e coberturas.

No contrato, observe as exclusões, que são todos aqueles riscos que não serão cobertos pelo seguro que você escolheu. Algumas apólices possuem carência, um período em que não se pode usar o seguro, mesmo estando em dia com o pagamento. No caso das coberturas relacionadas à Covid, por exemplo, a carência média que tem sido praticada pelo mercado é de três meses.

Ao preencher o documento com todas as informações sobre a sua condição de saúde, seja o mais sincero possível, mesmo que corra o risco do seu seguro ficar mais caro. Em caso de má-fé, a seguradora pode recusar o pagamento da indenização.

Autor: Site www.sincor-es.com.br