Como Solange Vieira caiu em descrédito com os corretores

Linha do tempo mostra o que fez a superintendente da Susep para se tornar impopular na categoria
No cargo desde fevereiro de 2019, Solange Vieira acumula uma série de críticas por parte dos corretores. Os profissionais chegaram a criar uma petição para tirar a executiva do cargo. Representantes da categoria deixaram pública suas discordâncias com a postura da autarquia nos últimos meses.

A linha do tempo mostra quando e como sua popularidade começou a cair

Nov/19 – A surpresa

O início da derrocada ocorreu em novembro do ano passado, quando a autarquia anunciou que a categoria deixaria de ser regulamentada. Logo depois, o Governo Federal incluiu os profissionais na MP 905/19, que deixaria de exigir o registro dos corretores de seguros. “Fomos surpreendidos com a MP, especialmente porque o âmbito da proposta não tem pertinência nenhuma com a discussão que vínhamos fazendo com a Susep”, disse, à época, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio.

Fev/20 – Justificativa

Em entrevista ao Valor Econômico, no dia 7 de fevereiro, Solange criticou o mercado, chamando-o de “concentrado e obsoleto”. A superintendente disse, ainda, que o setor é pouco transparente e tem baixo uso de tecnologia. Após a publicação da matéria, os corretores criaram um abaixo-assinado para reivindicar a saída da executiva do cargo.
No dia 12 do mesmo mês, a autarquia publicou um texto explicando que a extinção do registro dos corretores iria desburocratizar o mercado e daria mais oportunidades aos jovens profissionais. Na publicação, a Susep expôs um gráfico mostrando que as despesas de comissões de corretagem eram altas, sobretudo nos produtos de Garantia Estendida. Uma pesquisa exclusiva da SND mostrou que apenas uma quantia baixa de intermediadores comercializavam esse tipo de proteção no país.

Mar/20 – O fim do diálogo

Após a sequência de desentendimentos, a Susep informou que as seguradoras devem informar a comissão dos corretores ao segurado a partir de 1º de julho. De acordo com a norma publicada no Diário Oficial, a comissão de corretagem passa a ser obrigatoriamente disponibilizada ao consumidor para todos os ramos e intermediários.
Os corretores criaram um abaixo-assinado contra a divulgação de comissões referentes à comercialização. Em entrevista à SND, José Roberio de Vasconcelos, fundador da Vencer Corretora de Seguros, de Sobral – CE, descordou de mais uma mudança da autarquia. “A maioria dos consumidores não entendem que a comissão se aplica aos valores brutos do contrato. Por isso, o cliente não vai considerar que o corretor tem despesas administrativas, como os custos de manutenção da corretora, por exemplo”, opinou.

Abr/20 – Queda da MP e recadastramento

Sem passar pelo Senado, a MP 905/19 saiu, por enquanto, da pauta do Congresso. Sendo assim, a Susep voltou a regulamentar a profissão, mas com uma condição: o recadastramento. Todos os corretores devem se recadastrar até o dia 31 de julho para não perder o registro. Milhares de intermediadores já haviam se associado a autorreguladoras e pago uma taxa de inscrição.

Autor: Sergio Vitor