Os impactos do Coronavírus nos fundos de previdência

Com a crise dos mercados provocada pela pandemia do coronavírus e a implantação da quarentena para o isolamento social na tentativa de impedir o avanço do vírus no Brasil, a Icatu Seguros tem promovido lives temáticas para discutir o efeito da pandemia nos investimentos.

Nesta terça-feira, dia 14, a conversa foi com dois especialistas do mercado, André Fadul (CA Indosuez) e Rafael Zlot (Brasil Plural) que falaram sobre a saúde financeira das empresas e se a renda fixa está em um bom momento.

André Fadul disse que em nenhum momento da história houve uma crise como essa já que “ela é uma crise sanitária, vai ter uma consequência econômica mas a razão não é”, destacou. Ele disse ainda que a atual conjuntura vai ter reflexo no balanço das empresas. “A questão é em que empresas os fundos estão investindo”.

Para ele, empresas que se prepararam para um cenário adverso devem chegar ao final da crise mais fortalecidas. “Tem empresas que vão ficar no meio do caminho, mas há empresas que fizeram o dever de casa, se preparam para o cenário atual mesmo que ele não estivesse no radar, e quem se preparou  vai sobreviver”, analisou.

Rafael Zlot disse que desde 2016 havia uma preocupação com a desvalorização dos títulos públicos. “Está acontecendo essa desvalorização e eu diria para o investidor que isso já está impactado. A partir daqui o que pode ter de pior? Algumas empresas podem ter dificuldade de pagamento, uma desorganização total da economia, mas para isso acontecer teria de ser algo muito prolongado”, afirmou.

Zlot considera que o melhor é mesmo esperar. “Agora é hora de aproveitar valor. É  momento de ter sangue frio porque terá mais volatilidade, é bem possível que se houver piora na crise, os fundos comecem a render melhor”.

Os dois especialistas ressaltaram o esforço que tem sido feito pelos governos do mundo inteiro para conter a crise.

“Estamos passando por um cenário adverso, mas de um modo geral, as empresas têm gordura para aguentar. Como é uma crise sanitária, não temos a menor ideia do que vai acontecer. Olhamos para fora, para saber quando os países que estão em lockdown começarem a sair”, comparou Rafael.

Rafael disse ainda que na previdência o foco é longo prazo. “Não acredito em grandes mudanças. Não acho que a variável mudança de preço vai provocar mudanças. Eu não faria resgate agora”, opinou.

Para Fadul, é preciso ter em mente que o cenário daqui para frente é o potencial de retorno maior. “Vamos ter um ajuste natural de prazo e preço e, também, maior volatilidade. Eu continuo achando oportunidade para renda fixa”.

Autor: CQCS