Roberto Santos, presidente da Porto seguro, participou da live na página do Instagram do CQCS. O executivo destacou as ações da companhia e as medidas que têm sido adotadas durante esse período de pandemia. “É um momento muito diferente que estamos vivendo e é difícil entender o que vai acontecer depois de tudo isso, mas sou otimista”, ressaltou o executivo.
Santos destacou que em quase 30 dias de quarentena, a Porto Seguro está com 85% dos colaboradores em home office. “Estamos tendo uma oportunidade de adquirir um conhecimento absurdo. Vejo isso como muito positivo. Temos que tomar decisão muitas vezes dados para saber o que vai acontecer. Temos que usar de muita intuição”, revelou.
O presidente da Porto Seguro lembrou que recentemente o mercado de seguros foi acusado de ser obsoleto e o mercado está provando o contrário. “Seguimos emitindo apólice, prestando serviço”, disse ao que Gustavo Dória que completou: “Quem falou que o seguro não tinha tecnologia, está equivocado”.
Roberto revelou que no caso da Porto Seguro, a companhia não teve dificuldade na implantação do home office já que quase 2 mil funcionários trabalhavam nessa modalidade. “Felizmente isso acontece em um momento que a tecnologia está muito avançada. Acho que daqui pra frente essa questão do trabalho remoto não vai mudar. Chegou pra ficar”, analisa.
O executivo afirmou que houve uma preocupação com todas as pessoas que dependem da empresa direta e indiretamente. “Corretores, prestadores, colaboradores, comércio local, temos ali uma infinidade de restaurantes, taxistas, manicures que vivem em função da Porto. A primeira medida que adotamos foi instalar um comitê de crise formado por alguns executivos, marketing, ouvidoria, comunicação e centralizamos as decisões nesse comitê que atuou com autonomia”.
Roberto Santos disse que o vírus trouxe um choque de humanidade. “Todos estamos no mesmo risco. Não é hora de se desesperar. A atividade de seguro é nobre”. Ele revelou que a companhia está Essa linha de fazer bem, estamos montando uma operação para disponibilizar uma ambulância para o hospital de campanha que a prefeitura de São Paulo montou no estádio do Pacaembu. “Além disso, temos uma parceria com a Cosan que está produzindo álcool gel. A Natura fornece a embalagem e a Porto Seguro vai distribuir nos postos de gasolina”, revelou e completou: “Vejo isso como fazer o bem sem oportunismo”.
O presidente da Porto Seguro disse que em 40 anos de atuação no mercado, nunca imaginou que fosse ver o cenário atual. “Estamos vendo a queda de sinistro. Nesse momento em que a quantidade de negócios novos escasseia, ninguém compra carro, ninguém circula e não quer fazer seguro. Agora é hora de cada um segurar a sua renovação”, afirmou.
Santos ressaltou ainda que baixar o preço agora seria uma irresponsabilidade porque daqui 2 ou 3 meses os sinistros vão voltar. “Quando terminar o lockdown, o sinistro volta. A receita não vai voltar no mesmo momento porque a economia vai estar em crise. O sinistro vai subir de elevador e a receita vai subir de escada”, afirmou.
Ele disse ainda que alguns negócios serão mais impactados como o seguro saúde que neste momento está sendo fortemente impactado que, por um lado, registra aumento na procura da emergência por conta do coronavírus, mas as cirurgias eletivas estão suspensas. “Outro ponto importante, é que muita gente faz exames desnecessários e quando voltar, talvez não sejam feitos”.
O presidente da Porto destacou ainda que o seguro fiança também será fortemente impactado já que “pega a tempestade perfeita e escasseia os novos aluguéis”, disse. Ele afirmou que há uma preocupação na companhia com o corretor especialista em fiança. “Estamos tentando trabalhar o produto de forma a ajudarmos esse corretor”, revelou.
Ele lembrou ainda que com a crise tem muita gente sendo demitida e isso vai reduzir a fatura da saúde e, também, do seguro de vida. Sobre a decisão da companhia em pagar o seguro de vida pela morte em consequência do vírus, ele afirmou: “Chegamos a conclusão que é difícil fazer uma negativa pelo coronavírus. A morte vai estar sempre ligada ao vírus e a mais algum outro problema”, disse. Ele acrescentou ainda que o seguro de automóvel também dever perder muita receita.
Mas também tem aspectos positivos. “O lado bom é que víamos o mercado de saúde lutando para implantar a telemedicina e agora tiveram que liberar e não tem volta”.
Sobre o movimento para não demitir, o empresário ressaltou que “em um momento como esse temos que cuidar das pessoas e aderimos ao “não demita”. O Bruno Garfinkel, presidente do conselho da companhia, capitaneou essa iniciativa e passou uma tranquilidade ao nosso time. “Os funcionários sentem firmeza na forma como a companhia é gerida”, ressaltou.
Durante a live, muitos corretores disseram que também aderiram ao movimento. “Parabéns aos corretores que aderiram ao não demita”, disse o executivo. Fazendo uma alusão à banda de rock AC/DC, Roberto Santos disse que o mercado será AC/DC: “Antes do Corona e Depois do Corona”.
Roberto Santos também opinou sobre um tema que foi assunto entre os corretores que foi a vontade da Susep em expor a comissão paga aos corretores ser exposta na apólice. “É ilusão achar que mostrar a comissão ou reduzir o valor da comissão vai deixar o seguro mais barato. O argumento é equivocado”, disse ele.
O executivo lembrou ainda que na venda direta é preciso levar em conta o custo da comercialização, a estrutura para atender o cliente. “No final de semana, a pessoa bate com o carro e liga para o corretor. Se não fosse ele, ligaria para a companhia e eu precisaria de uma estrutura maior. E para vender o seguro? Eu teria que investir. A seguradora só paga o corretor se ele fechar o negócio”, destacou.
Na rotina do home office, Roberto Santos disse que é importante ter disciplina. “Eu trabalho até de crachá. Disciplina é tudo nessa hora se não sua produtividade vai embora”, disse.
Para finalizar a live, ele disse que a situação atual é inimaginável, mas é otimista. “O ser humano é resiliente, ainda mais o brasileiro. É hora de união. A concorrência é salutar, mas uma hora como essa a concorrência tem que ser mais leal do que nunca. A Porto Seguro sempre vai estar ao lado do corretor de seguros sairemos do outro lado mais fortes”, afirmou.
Autor: Fenacor