Um dia após a Receita Federal liberar a consulta ao lote residual de restituição do Imposto de Renda (IR) Pessoa Física de maio, moradores de Belo Horizonte voltaram a divulgar nesta quinta-feira (9) que estariam recebendo cartas falsas atribuídas ao órgão.
No material, o golpista avisa que a pessoa teria caído na "malha fina" e pede para que um site seja acessado e um formulário preenchido com dados bancários e pessoais. Procurada, a Receita garantiu que não envia nenhuma carta, sendo que qualquer consulta sobre o IR é feita sempre pelo seu site oficial.
O Hoje em Dia teve acesso ao conteúdo de uma destas cartas. Sem qualquer data, o material traz o símbolo da Receita Federal no alto, um código de barras na parte inferior e, inclusive, uma assinatura que seria do auditor responsável.
"A Receita Federal detectou inconsistências em seu cadastro de Pessoa Física, referente aos seus dados bancários declarados anteriormente. Sua situação cadastral está gerando conflitos quanto ao processamento de seus dados bancários, levando seu cadastro de Pessoa Física a constar na lista da malha fina da Receita Federal", diz a carta.
Em seguida, o documento falso pede que a pessoa entre em um endereço eletrônico tendo em mãos "dados bancários e seu CPF". Após isso, a pessoa deveria aguardar para que os dados fossem analisados e, se necessário, uma intimação para comparecer em uma das unidade seria enviada.
O texto da carta alerta ainda que "nenhuma unidade da Receita Federal está autorizada a receber seus dados", o que aparentemente visa convencer a pessoa que receber a carta a não procurar o órgão oficial.
Diante desse golpe, que, segundo a Receita, circula todos os anos, foi aconselhado que aqueles que já acessaram o link disponibilizado na carta e divulgaram dados pessoais, devem acionar a Polícia Militar (PM) ou procurar a Delegacia de Crimes Cibernéticos.
Ainda conforme a assessoria da Receita Federal, qualquer consulta relativa ao IR de 2019 é feita pelo site da entidade: www.receita.fazenda.gov.br e não em links encurtados, com o apresentado na carta.
Dicas
Marcos Calmon, CEO da Safe Orange - empresa voltada para a segurança na web-, explica que esse tipo de site normalmente está hospedado em algum lugar que não possui rastreamento. "Eles usam isso para roubar os dados bancários, em alguns pergunta até a senha para quem clica nesse link. Essa é uma fraude antiga, o que muda é só a forma como eles fazem. Ou usam a Receita, ou o Serasa", lembra.
Por isso, o empresário orienta que as pessoas não cliquem ou acessem sites que não sejam o oficial da Receita Federal. "Outra coisa que pode ser feita é sempre observar se no topo da página, ao lado de onde se digita o endereço, existe um desenho de um cadeado.
Isso é a indicação de que aquela página possui segurança digital, com criptografia. Isso significa que todas as informações que trafegam no site o fazem de forma segura. Os sites maliciosos, como este da carta, certamente não terão esse cadeadinho", conclui.
Autor: www.hojeemdia.com.br