Previdência infantil: Desde o colo, planos para a aposentadoria.
Receosos com mudanças, pais guardam dinheiro para os filhos.
Quando há pouco mais de três meses a pequena Camila nasceu, seus pais, Gustavo Perini Rezende e Bárbara Justino, logo já pensaram no futuro e se preocuparam em lhe garantir um horizonte tranquilo. Ainda com dois meses de vida da filha, eles começaram a poupar dinheiro já pensando na aposentadoria da neném lá na frente, procuraram uma corretora de investimentos e fizeram um plano de previdência privada em nome de Camila.
Um dos principais motivos que pesaram na balança para a decisão foi a expectativa de mudanças no sistema de Previdência pública, já ensaiadas há algum tempo e cada vez com mais chances de vingar.
Essa provável alteração nas regras para se aposentar tem levado a uma verdadeira corrida a seguradoras, bancos e agências de investimentos, preocupando não só quem está perto de se aposentar, mas também pais de bebês e até de crianças que ainda nem nasceram.
“Desde outros governos se fala em uma reforma da Previdência e ninguém fez. Quando fizerem, não saberemos o que será a Previdência Social no futuro, então temos que nos precaver”, comenta Gustavo, que é professor universitário e ressalta ainda as incertezas econômicas e sociais do país. “Hoje, no Brasil, não temos certeza de como será o futuro, se haverá desenvolvimento econômico, emprego e qualidade de vida para todos. Então fizemos o plano para dar essa segurança a ela.”
A opção de poupar para a filha através de um plano de previdência privada veio pelo fato de que ele já faz outros investimentos. “Foi uma decisão de acordo com meu perfil de investidor. Fiz uma previdência atrelada a um fundo de ações, que é algo de risco mas acreditando no futuro do país”, conta Gustavo, que pretende que o dinheiro fique capitalizando pelo menos até a maioridade da filha.
VIVENDO MAIS
Para o gestor de previdência da Valor Investimentos, Pablo Alencar, além da mudança no sistema público, outro importante motivo que pressiona para a necessidade de se poupar para a aposentadoria desde cedo é o fato de que os brasileiros estão entrando mais tarde no mercado de trabalho e vivendo cada vez mais.
“No tempo dos nossos avós, por exemplo, se começava a trabalhar por volta de 15 anos e ia até no máximo 60. Como eles viviam até cerca de 70 anos, a pessoa precisava de uma reserva para viver só por cerca de 10 anos. Hoje as pessoas entram no mercado mais tarde e a expectativa subiu muito, sendo que muitas pessoas vivem facilmente até os 85 anos, por exemplo. Com isso se tem menos tempo gerando renda em um trabalho, já que se entra mais tarde, e mais tempo ocioso”, explica.
Além disso, a inevitável queda na renda ao se aposentar, com redução do padrão de conforto, e o custo de vida mais elevado na velhice, com remédios e planos de saúde, também fazem que os mais velhos tenham dificuldades em sobreviver com recursos próprios. “No mundo inteiro, somente 2% de idosos vivem com recursos próprios, ficando dependentes de filhos, parentes e amigos na maioria dos casos. Então ter algo guardado é, além de segurança, independência”, frisa Alencar.
Investimento vai depender do perfil de cada família Quando se pensa em poupar dinheiro para a aposentadoria, ainda que desde criança, a primeira opção que normalmente vem à cabeça são os planos de previdência privada, que tem atraído cada vez mais pessoas nos últimos tempos. No entanto, segundo especialistas, para esse modelo valer a pena de fato depende do perfil e da situação do investidor. Uma criança que, ao nascer, ganhar dos pais um plano de previdência com investimento mensal de R$ 100 e rentabilidade de 6% ao ano (valor aproximado da poupança), terá acumulado uma reserva, em média, de R$ 34,7 mil aos 18 anos. Se mantiver a aplicação até os 60 anos, reserva será de R$ 618,8 mil. Por isso, segundo os especialistas, esse investimento só vale a pena se for para um longo prazo. Para se ter uma ideia, mantendo a mesma aplicação em previdência privada do nascimento até os 32 anos, o poupador acumulará uma reserva estimada de R$ 104,5 mil. Já outros investimentos, com o mesmo prazo e aporte mensal, renderiam valores similares ou até superiores, como a poupança (que teria uma reserva acumulada de cerca de R$ 100,6 mil), e investimentos no Tesouro Direto (no Tesouro IPCA com juros semestrais esse rendimento chegaria a R$ 189,3 mil). Risco De acordo com o economista Antônio Marcus Machado há, de fato, vários investimentos que podem render mais que a previdência complementar e que não possuem taxas administrativas ou de carregamento, por exemplo, mas isso depende de cada caso. O Tesouro Selic é outro exemplo que, se comparado com a previdência, pode apresentar maior rentabilidade. A questão, no entanto, é o risco maior.
“Tem outros investimentos que são mais rentáveis, mas se tem um risco. Quando se investe em ações, no Tesouro, em câmbio, o rendimento pode ser muito maior, mas também há risco de se perder muito mais, já que o risco da previdência privada, na maioria dos casos, é menor”, explica o economista, que cita ainda que a disciplina exigida pelos planos é uma vantagem. “Você terá que ter planejamento, poupar sempre e sem interromper. Essa mudança de cultura, disciplinando os gastos já é muito positiva.” Talvez seja justamente em função desse risco menor que os planos de previdência complementar continuam sendo os mais buscados visando a segurança na velhice. Segundo o diretor-presidente da Banestes Corretora, Carlos Alberto Silva, tem crescido nos últimos tempos a procura por esse tipo de produto, inclusive com aumento da demanda para planos voltados a crianças. “O plano de previdência serve para um complemento de renda no futuro. O pai tem que pensar que o filho quando cresce tem que estudar, tem custos. Além disso, fazendo a previdência, no futuro esse filho também vai ter em mente que é preciso poupar”, comenta Carlos.
A Família toda
Pensando justamente na segurança futura é que o coordenador comercial Maury Felix Guimarães Filho, 51 anos, contratou planos de previdência privada para a família toda. Além dele próprio, ele fez para os filhos mais velhos, Ícaro, de 26, e Isadora, de 21, quando cada um deles completou 15 anos. Agora, ao ser pai pela terceira vez, ele quis começar ainda cedo e já fez o plano para a pequena Luna, de apenas três meses. “Pela minha experiência de vida agora eu já fiz logo para ela porque vejo que tem bastante diferença para quem começa do começo. Quanto mais cedo, mais estabilidade financeira você vai ter no futuro”, conta Maury, que dá a dica: “Para escolher o plano, procurei a menor taxa de administração e vi o histórico de rentabilidade. Isso é fundamental”. O educador financeiro Reinaldo Domingos reforça que existem dois tipos de previdência privada de acordo com o regime tributário: VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres) e PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres). “A VGBL é a previdência que não tem benefícios fiscais tributários no Imposto de Renda de Pessoa Física. Já a PGBL dá o direito de, em cima do que foi contribuído no ano, deduzir no máximo 12% do valor, fazendo com que a pessoa pague menos imposto”, destaca.
Nascidos na virada ganham plano com R$ 2.019
Se antes faltava um impulso para começar a poupar para a aposentadoria do filho, agora, pelo menos para os nascidos nas primeiras horas deste novo ano, não falta mais. Isso porque bebês que nasceram no Brasil, de parto normal, entre 0h e 2h do dia 1º de janeiro, vão receber, gratuitamente, um plano de previdência privada com R$ 2.019 investidos de cem famílias. O modelo é simples: sem sorteio e sem a necessidade de cadastro prévio, para participar, a família deve entrar em contato com a Icatu Seguros e apresentar a documentação solicitada. Caso o pai ou a mãe do bebê já seja cliente da seguradora, a família recebe o prêmio em dobro, ou seja, R$ 4.038. O empurrãozinho para garantir um futuro mais seguro para os filhos, segundo a empresa, tem como propósito contribuir para a conscientização da sociedade sobre educação e equilíbrio financeiro. “A expectativa de vida do brasileiro ao nascer aumentou bastante nos últimos anos e todos esperam usufruir dessa longevidade preservando sua qualidade de vida. Por isso, o planejamento financeiro é tão importante e pensar o futuro desde cedo, indispensável”, afirma Rafael Caetano, diretor de Marketing e Canais da Icatu. Quem, entretanto, tem um filho recém-nascido ou a caminho em 2019 e não contou a sorte do réveillon, ainda assim pode começar desde já a poupar pensando na vida adulta da criança, seja com um aporte inicial ou com aplicações mensais. A dica, no entanto, é sempre fazer isso com orientação de um profissional e com uma empresa séria.
O Sincor-ES entrará de Férias Coletivas do dia 17 de Janeiro de 2019 á 03 de Fevereiro de 2019. (retornando o expediente dia 04/02/2019).
Autor: Site www.sincor-es.com.br