Algumas reflexões antes que o ano acabe

O ano se aproxima do fim e nós do Sincor-ES já começamos a fazer balanços e avaliações. Essa é uma necessidade para que possamos pensar em novas estratégias para o próximo ano, uma vez que nos meses que nos restam desse 2018, nos dedicaremos a cumprir com o que já está planejado. É importante que os nossos associados, e também os demais profissionais que ainda não se associaram, mas que atuam no mercado de seguros, saibam dos problemas que temos enfrentado e das medidas que temos tomado para solucioná-los. É bom que se diga que os problemas são muitos e que as soluções não têm sido fáceis e não dependem apenas da nossa vontade.

Como é do conhecimento de todos, passamos por momentos difíceis no nosso país. E não apenas do ponto de vista da tal crise econômica que se propaga por aí, mas na relação entre as instituições que garantem o funcionamento democrático do Brasil. A corrupção me parece que se tornou uma medida para se fazer negócios e conduzir o interesse da nação, não mais a partir do interesse público e da sociedade. O interesse é de poucos, um grupo que possui poder para decidir o que é melhor para seus próprios bolsos e negócios privados. Assim tem sido com as várias medidas que tomadas à revelia das instituições e pessoas que não fazem parte do grupo. São muitos os assuntos que merecem mais atenção de nossa parte, mas vou me deter em alguns deles.

Reforma Trabalhista – Ainda não totalmente consolidada, a Reforma Trabalhista pode ser vista como uma necessidade de modernização da legislação e das relações de trabalho. É fato que a sociedade muda e é justo que haja mudanças nas relações entre as pessoas e instituições. O que me parece preocupante é que as mudanças são apresentadas como a solução para o desemprego e para as relações de trabalho. Mas, o que se tem visto é muita insegurança e um país que não consegue gerar empregos em quantidade e qualidade para todos que precisam. Além disso, a reforma foi feita sem que houvesse uma ampla discussão com a sociedade e todas as partes interessadas. De nossa parte, não me lembro de sindicatos terem sido favoráveis ao fim do Imposto Sindical ou pelo menos terem sido consultados sobre isso. Certo é que essa mudança trouxe enormes prejuízos para o Sincor-ES e os demais sindicatos da categoria em todo o país. Perdemos fonte de receita que nos garantir manter parte das nossas atividades. Há um horizonte de incertezas a rondar 2019.

Eleições presidenciais 2018 – As eleições de outubro desse ano serão as mais acirradas dos últimos tempos. O período eleitoral é tenso, confuso, com muitos candidatos disputando as eleições e com as pessoas clamando pelo fim da corrupção e pelo retorno à normalidade democrática e institucional. Infelizmente, temos entre os que disputam a presidência, quem defenda uma sociedade ainda mais violenta como forma de conter a violência; temos quem defenda menos investimentos em saúde e mais privatizações. Sabemos que um país só pode gastar o que arrecada, mas, convenhamos, o Brasil tem uma arrecadação gigantesca em impostos. Nós corretores de seguros fomos beneficiados bem recentemente com a inclusão da atividade no Simples Nacional e isso foi uma conquista porque tivemos, no Congresso Nacional, parlamentares que pensaram na importância do mercado de seguros, tanto econômica quanto socialmente. Temos que escolher bem nossos representantes para termos uma chance de sairmos da crise em 2019. Mas, tenhamos em mente que qualquer que seja a escolha não podemos esperar um ano fácil.

Mercado de seguros – Não é novidade que o mercado de seguros no Brasil tem uma participação ainda pequena no PIB e um potencial enorme de crescimento. Vivemos momentos difíceis, com a crise, o achatamento dos salários e a inflação, ainda que, oficialmente, ela esteja sob controle. Os profissionais corretores de seguros têm sentido os efeito da crise na diminuição de seus ganhos, concorrência acirrada e, por vezes, desleal, avanço dos negócios digitais, e mudança no perfil do consumidor. O mercado de seguros tem potencial, tem espaço para crescer, mas isso só irá acontecer se a categoria se unir para ganhar força nas demandas e se investir em novos modos de comercializar. As velhas fórmulas estão saturadas, assim como o mercado de automóveis – carro-chefe de muitos – também. A participação no sindicato não fortalece apenas a instituição; ela fortalece os profissionais individualmente e também a categoria como um todo. Juntos, somos capazes de encontrar soluções coletivas que têm mais chances de sucesso.

Há, obviamente, muitos outros assuntos a serem pensados nesses três meses que ainda nos restam de 2018, mas acredito quo podemos pensar nesses por enquanto. Podemos pensar onde queremos chegar e onde desejamos estar em 2019. Podemos perguntar de que lado estaremos quando a crise se agravar, e espero que isso não ocorra. E podemos perguntar também o que podemos fazer para colaborar para o crescimento do mercado de seguros e, consequentemente para o crescimento individual de cada corretor de seguros. Eu digo o seguinte: há espaço para todos, há soluções para a crise, há possibilidades de mudanças. Basta que saiamos da nossa zona de conforto e comecemos a agir.

Autor: Site www.sincor-es.com.br