A Porto Seguro passa por um processo de profunda “transformação digital”, mas isso não significa que a seguradora vai direcionar o seu foco para as vendas online. Segundo o presidente da companhia, Roberto Santos, a intenção é tornar a operação mais “leve, simples e fácil” para o corretor. “Transformação digital é criar facilidade. A venda online sem a participação do corretor não funciona no Brasil nem no mercado internacional. Não há case de sucesso e não acreditamos nesse desenho”, salientou Santos, que também é presidente do Sindicato das Seguradoras (Sindseg-RJ/ES), ao participar de encontro do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCs-RJ), nesta sexta-feira (29).
Ele acrescentou que a intenção é valorizar a parceria com o corretor e oferecer as ferramentas que tragam mais eficiência.
Dessa forma, em breve será possível para a empresa apontar para o corretor os produtos que podem ser oferecidos para cada cliente.
Roberto Santos ressaltou que esse processo passa também por uma mudança de postura da companhia, que deixa de ser verticalizada e passa a passar a atuar com base na “governança do cliente”, com o foco em suas necessidades gerais. “Hoje, a relação é de 1,3 negócio por cliente. Isso é pouco. Do total de 10 milhões de clientes da Porto Seguro, 5,5 milhões são do ramo Auto”, revelou.
Ele explicou que a companhia quer depender menos da carteira de veículos. Na prática, essa dependência já vem mudando e os resultados são muito bons. No primeiro trimestre, por exemplo, embora 60% da produção da seguradora tenham sido gerados nesse ramo, apenas 30% do lucro vieram da carteira de automóveis.
Assim, a meta é investir mais em modalidades que apresentam grande potencial, com os seguros para pequenas e médias empresas e o vida individual, entre outros.
Além disso, a Porto Seguro aposta em sua nova plataforma tecnológica para produtos nos ramos elementares, da qual deverá surgir uma linha de seguros de responsabilidade civil já no segundo semestre.
Em breve, a companhia também terá novidades no segmento de riscos cibernéticos, na área de riscos financeiros, com foco em fianças, e no ramo garantia, explorando o segmento de obras de pequeno e médio portes. “Nossa vocação é o varejo”, salientou Santos, anunciando ainda a entrada da Porto Seguro no segmento de garantias trabalhistas, ainda inexplorado no mercado brasileiro.
Por fim, Roberto Santos conclamou os corretores de seguros presentes para diversificarem seus negócios, aproveitando as oportunidades que a Porto Seguro oferece nas áreas de consórcios e cartões de crédito. “O presidente da Visa, quando esteve no Brasil, quis conhecer nossa operação. Afinal, temos dois milhões de cartões de crédito que foram comercializados por corretores de seguros. O Brasil é o único país onde isso ocorre”, disse o executivo.
Também presente ao evento, o diretor executivo da Essenius, Gustavo Doria Filho, convidou a todos para participaram do CQCS Insurtech & inovação, que será realizado nos dias 1º e 02 de agosto, no Villa Blue Tree de São Paulo (SP). Segundo ele, esse evento será uma oportunidade única para profissionais brasileiros, pois contará com a presença de palestrantes internacionais de alto nível, além das principais insurtechs brasileiras e das seguradoras mais avançadas tecnologicamente.
Doria lembrou ainda que o encontro trará também empresas especialistas dos Estados Unidos e Europa, que virão dispostos a “compartilhar experiências” e anunciou condições especiais para a inscrição de associados do Clube dos Corretores.
Autor: CQCS