Com recuperação da indústria automobilística e melhor desempenho dos indicadores econômicos, companhia aposta no ajuste de preço da concorrência para crescer
A Porto Seguro aposta na recuperação mais forte do segmento auto neste ano, com alta de prêmios e recomposição da frota segurada. O crescimento, porém, ainda depende de preços “mais racionais” pela concorrência e de cenário econômico de menor risco.
Os prêmios auferidos do segmento de automóveis atingiu R$ 2,572 bilhões no quarto trimestre de 2017. O valor corresponde a um aumento de 5,3% em relação a igual período do ano anterior, de R$ 2,443 bilhões.
De acordo com o diretor geral da Porto Seguro, Marcelo Picanço, 2017 foi um ano marcado por ajustes e recomposição de preços e que agora, com a melhora do ambiente econômico e da indústria automobilística, a tendência é de avanços.
“O preço começou o ano passado abaixo do necessário, pressionado pela crise e pela concorrência, além do ciclo agressivo de redução da Selic [taxa básica de juros]. Agora, que já fizemos os ajustes de preços necessários, a expectativa é de recuperar a frota e continuar crescendo”, diz.
Ele pondera, porém, que além da necessidade de um andamento melhor nos ambientes macroeconômico e político, os demais players do setor precisam colocar “preços mais racionais” no auto.
“Dependemos menos parte macro do País, do que da concorrência no segmento operacional. Mas a perspectiva é positiva, já que com Selic menor, esse tende a ser o movimento do mercado”, avalia Picanço.
Demais produtos
Ao mesmo tempo, os demais produtos da seguradora também demonstraram bons resultados no último trimestre do ano passado.
Os seguros patrimoniais atingiram os R$ 401,4 milhões em prêmios auferidos, crescimento de 27,3% na comparação com igual período de 2016, de R$ 324,4 milhões.
Já o seguro saúde avançou 17,1% na mesma relação, passando de R$ 264,4 milhões para R$ 309,6 milhões, enquanto o seguro de pessoas foi de R$ 172,4 milhões para R$ 198,6 milhões (+15,2%).
Previdência foi a única linha da seguradora que mostrou queda (-1%), de R$ 206,2 milhões para R$ 204,2 milhões.
Segundo Picanço, a gestão focada em lucratividade e os indicadores mais amenos na economia do País colaboraram para os produtos da Porto.
“Além disso, as receitas de empresas financeiras e serviços também tiveram bom desempenho, com estratégia focada no cartão de crédito e desenvolvimento mais forte das empresas em estágio inicial que temos na companhia”, diz.
Essas receitas avançaram 12,6% no quarto trimestre de 2017 contra mesmos três meses de 2016, de R$ 525,7 milhões para R$ 592,1 milhões.
Da outra ponta, o resultado financeiro caiu 43,1% na mesma relação, de R$ 270,6 milhões para R$ 153,9 milhões, puxado pelo recuo da Selic.
“Agora, já estamos precificados para o atual cenário. Claro que as coisas mudam caso o risco político e econômico do País piore, mas a expectativa é de que seja uma recuperação crescente”, conclui Picanço.
Autor: Revista Cobertura via DCI