Conversamos com lideranças do mercado para saber o que esperar do próximo ano. Leia a seguir:
Gabriel Portella, presidente da SulAmérica Seguros
Mesmo em um cenário com inflação controlada, taxas de juros mais baixas e queda também das taxas de desemprego, o presidente da SulAmérica, Gabriel Portella, prevê que 2018 será um ano mais difícil para o setor. Isso por conta dos ajustes que serão necessários ao mercado para obter resultado operacional, tarefa que a seguradora sob seu comando já realizou.
“2018 será um ano de volatilidade, com sinais lentos de melhora da economia”, antecipa Portella, lembrando que as eleições presidenciais devem balançar os ânimos do mercado. Entretanto, ele acredita que a sua companhia não será afetada por estes percalços, uma vez que conseguiu bons resultados mesmo no último período de crise. “O mercado de saúde perdeu quase três milhões de beneficiários e nós continuamos crescendo”, comemora.
Rosa Antunes, presidente da Acoplan – Associação dos Corretores de Planos de Saúde de São Paulo
Rosa Antunes“O momento de crise que veio pelos atropelos políticos do Governo, mudanças de mercado etc, já passou. Estamos vindo em um movimento de crescimento e agora é a hora de por ordem na casa, capacitar os vendedores, tornando-os mais valorizados pelo mercado.”
José Silvio Toni, presidente do Sindiplanos
“Nosso objetivo é a regulamentação do mercado de distribuidores de planos de saúde. Da mesma forma como a Susep e os Sincors organizaram o mercado de seguros, nós queremos ordenar do setor de saúde. Assim, queremos obter melhores condições, mais eficientes e corretas para empresas, funcionários e corretores de planos de saúde e odontológico.
O Sindiplanos é um sindicato patronal. O mercado de planos de saúde amadurece numa velocidade na qual algumas empresas não conseguem acompanhar. Por isso, algumas empresas (corretoras e operadoras), que não conseguem acompanhar as exigências do mercado, vão desaparecer. Quem estiver disposto a se atualizar terá mercado.”
Francisco Caiuby Vidigal Filho, presidente da Sompo Seguros
Francisco Vidigal Filho“O País aponta para uma retomada gradual a partir do próximo ano, com perspectivas de queda de juros, aumento nos investimentos, nos índices de empregabilidade e no consumo das famílias. Isso deve trazer aquecimento a diversos segmentos da economia, que vão demandar mais a contratação de seguros. A Sompo continuará investindo no Brasil com sua estratégia arrojada de crescimento acima do mercado, com base na expansão do portfólio de produtos, valorização do capital humano e aplicação de recursos para intensificar o atendimento e relacionamento com o corretor de seguros e o segurado. Nós já traçamos estratégias de crescimento em todas as linhas de produto, por meio do estudo do potencial de cada ramo segundo a demanda e características socioeconômicas de cada microrregião em que a Sompo atua.”
Octávio de Lazari, presidente da Bradesco Seguros
octavio“O ano de 2017 já foi muito bom para o Grupo Segurador Bradesco Seguros. Fomos além do crescimento do mercado e devemos alcançar a marca de 10% de evolução dos prêmios em 2017, ante 7% do mercado como um todo. Assim como todas as federações do setor, com as quais estamos alinhados, buscamos um caminho para atender os interesses dos consumidores.
Além disso, queremos ampliar a penetração de produtos de seguro entre os clientes do banco. Hoje, cada cliente possui a média de 1,6 produto. Considerando que são 35 milhões de pessoas, se aumentarmos a penetração para 2 produtos por cliente já será um grande avanço.”
Rodrigo Botti, diretor de Operações da Terra BrasisRodrigo Botti
“O mercado de resseguros no Brasil, em 2018, vai encontrar um país com condições econômicas mais favoráveis, mas com a parte política com mais volatilidade. O final vai ser feliz.
Com todas as tragédias que aconteceram em 2017, as taxas de resseguro tendem a subir o que ajuda a indústria do resseguro. Por outro lado, o mercado segurador tem o desafio dos juros mais baixos. O brasileiro se adapta rápido, porque já passamos por muitas crises e situações econômicas adversas. Fácil não vai ser, mas será um ano positivo”.
Fabio Luchetti, presidente da Porto Seguro
“O mercado de seguros sentiu os impactos da crise econômica, mas é mais resiliente quando comparado a outros segmentos. Com o seguro para automóveis, que representa uma das nossas principais atuações no mercado, acreditamos que ainda há uma enorme oportunidade de expansão, já que cerca de 70% da frota brasileira não é segurada. Em 2018, esperamos uma melhora nesse cenário, com um comportamento mais racional do mercado em relação aos preços praticados, o que contribuirá diretamente para o crescimento desse segmento.
Além disso, os seguros de residência, odontológico e de vida e previdência, que já apresentaram bons resultados em 2017, devem continuar com o desempenho positivo no próximo ano, contribuindo para uma maior diversificação do portfólio do Corretor e também alavancando os resultados do setor. Em relação a produtos específicos, o Porto Seguro Conecta, Porto Seguro Carro Fácil e Health for Pet apresentaram bons índices de crescimento e tendem a manter o esse ritmo acima da média em 2018, por serem produtos que proporcionam experiências novas no mercado.”
Luis Gutiérrez, presidente do Grupo BB e Mapfre nas áreas de Auto, Seguros Gerais e Affinities
“O ano de 2017 foi um período desafiador para o setor, impulsionando os players a trazerem novos formatos para adequar produtos e processos ao novo momento que o cliente vive.
Para 2018, acreditamos que a reinvenção e a criatividade, com foco na jornada do cliente, seguirá sendo o direcionamento de todo o mercado. No caso do Grupo, onde a inovação já faz parte da estratégia de negócios, estamos vivenciando essa onda com ainda mais intensidade, mantendo o corretor ao nosso lado para desbravar esse outro momento da economia mundial.
Neste contexto, a transformação digital é e continuará sendo item fundamental. O objetivo é trazer a tecnologia como meio para o aprimoramento dos processos e do atendimento ao consumidor. Veja bem, isso não será fator de seleção do corretor. Pelo contrário, será um apoio para que o profissional tenha ainda mais ferramentas e tempo para estratégia e relacionamento com o cliente, impulsionando a sua receita e o crescimento do mercado.
Estamos otimistas porque a economia começa a dar sinais de recuperação. A redução da taxa básica de juros é um deles, embora o índice de desemprego ainda seja alto no Brasil. Mas, a companhia segue confiante e vem fazendo investimentos para conquistar resultados expressivos em 2018. Em 2017, lançamos o projeto Entender para Atender, que busca melhorias de produtos e processos a partir de soluções propostas pelos corretores, que são parceiros importantes para os negócios da empresa. Este programa já trouxe resultados relevantes que melhoram a venda, o pós-venda e o atendimento aos nossos segurados. Em menos de um ano desenvolvemos 86 projetos de melhorias e inovação.
Além disso, o Grupo está com foco no ambiente digital e implementou ferramentas de apoio ao cliente, como os apps. Queremos tornar nosso contato com os clientes, corretores, fornecedores e demais públicos ainda mais rápido e eficaz, trazendo todos para cada vez mais próximo de nós.
No Brasil, a cultura de seguros ainda precisa ser difundida. Apenas 30% dos veículos têm seguro, cerca de 12 a 15% das residências são seguradas e 4% da população brasileira possui um seguro de vida.
Com este cenário, enxergamos uma grande oportunidade para impulsionar as vendas da companhia e conquistar novos clientes. Temos produtos em áreas variadas que podem atender as necessidades dos atuais e futuros segurados. Em 2018, vamos continuar investindo em novos produtos, em tecnologia, em gestão de pessoas, entre outras ações que serão desenvolvidas com o objetivo de tornar nosso negócio cada vez melhor e atrativo.”
Autor: Revista Apólice por Kelly Lubiato e Lívia Sousa